Todo mundo já ouviu a velha frase de que “família e negócios não se misturam”, não é mesmo? Contudo, essa frase não é verdadeira, pelo menos no Brasil, já que grande parte das empresas no País são familiares, passadas de pai para filho, de filho para neto e assim sucessivamente. Mas quantas dessas sucessões realmente dão certo? Quantas histórias já não ouvimos de que uma empresa familiar decretou falência por causa da má gestão e problemas de administração dos “herdeiros”? Afinal, a veia empreendedora nem sempre é genética.
De acordo o proprietário da Elevartis – empresa de coaching –, Guilherme Rego, uma pesquisa publicada pela entidade Small Business Administration (Administração de Pequenos Negócios), revelou que mais de 30% das empresas que figuram na lista das 500 maiores empresas dos Estados Unidos (em faturamento) são familiares. “É inegável o fato de que sim, empresas familiares podem muito bem dar certo, embora existam outras estatísticas alarmantes quanto às chances de alta longevidade das mesmas”, aponta.
Em relação ao Brasil, por exemplo, ele diz que os números assustam um pouco. Ou seja, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de cada 100 empresas familiares, apenas 30% chegam à segunda geração e, dessas, apenas 5% sobreviverão à terceira geração. “Acredito que o processo sucessório tem muita conexão ao ciclo de vida de uma empresa familiar. Olhando para essas estatísticas, duas coisas me chamam a atenção: primeiramente observo que os processos sucessórios estão sendo muito mal conduzidos, caso contrário, a taxa de ‘mortalidade’ não seria tão alta assim. E a segunda, que mais me intriga, é o fato de que os donos das empresas, sabendo dessas estatísticas, ainda consideram inadequadas as sucessões por gestão profissionalizada”, opina Rego.
E o que dizer das grandes empresas familiares que são verdadeiros cases de sucesso no mercado? Como Votorantim, Pão de Açúcar, Scielo, Klabin, Viação Garcia, Odebrecht, Heineken e Peugeot? Elas são exemplos de que os descendentes fizeram a lição de casa e souberam conduzir o negócio para a prosperidade, assim como os antecessores.
Para o coach Homero Reis, não só essas como várias outras organizações mantêm seus quadros com pessoas do núcleo familiar e funcionam de forma bastante efetiva. “A questão está no processo de transição e na forma como ele é conduzido. Um processo sucessório mal feito leva a empresa à extinção, fusão, ruptura, falência, entre outras coisas”, distingue.
Fonte: http://revistagestaoenegocios.uol.com.br / Texto de Juliana Klein